VINTE ANOS É AINDA POUCO TEMPO, MAS PARECE UMA ETERNIDADE, A AVALIAR PELA MUDANÇAS OPERADAS…
A poucos dias das comemorações sobre os vinte anos volvidos sobre o momento que marcou definitivamente o mundo tal como o conhecemos na actualidade, em que recordo ter assistido quase incrédulo, com o que os meus olhos observavam através da televisão. Acontecimentos marcantes que ocorriam na Alemanha, próximo ao Portão de Brandeburgo no dia 8 de Novembro de 1989. Os dias e meses que se seguiram auguraram um futuro mais seguro para todos os Europeus e para o mundo em geral com a queda do muro de Berlim e a meu ver foi muito mais do que há primeira vista se pode depreender do que significa derrubar uma barreira que separou famílias e reprimiu povos por todo o lado.
Berlim era nessa altura pouco mais do que uma enorme base militar e foi até esse dia o ponto onde mais se sentiu a enorme tensão permanente existente, entre o os dois blocos que dominavam o mundo, com forças de ambos os lados, em alerta permanente sempre prontas a responderem há ameaça que era latente fruto de uma guerra fria que tinha na dissuasão a sua principal arma, com movimentações nos diversos palcos do mundo, onde a acção e a reacção, mísseis e contra-mísseis era o mais comum. O muro era como uma chaga aberta no seio do povo Alemão cuja dignidade se encontrava ferida de morte, símbolo da vergonha que mergulhou e dividiu durante 28 longos anos. Resultado da insensibilidade de quem venceu a guerra, mas que no final não se entendeu e por isso mesmo o muro nasceu apesar do coro de protestos que se levantou do lado ocidental da barricada, fruto de incompreensões e totalitarismos exacerbados, quais cães raivosos disputando os despojos de uma guerra monstruosa que embora justa motivada pela loucura de um homem que levou o seu povo para a guerra na tentativa clara de dominar o mundo de uma forma egocêntrica e prepotente.
Um pós guerra doloroso, que separou o mundo ao meio, dum lado os que reclamam para si o direito aos valores de Liberdade do outro o Socialismo Soviético com todo o seu potencial bélico nuclear apontado às principais cidades da Europa, para o comum dos mortais que nada teve a ver com a situação era traumatizante ter que viver com essa realidade, assistir às paradas monumentais na Praça Vermelha quais soldadinhos de chumbo onde exibiam para todo o mundo ver o poder que o Pacto de Varsóvia detinha, desde carros blindados aos mais sofisticados mísseis intercontinentais equipados com ogivas nucleares, fazendo tremer de medo quem tivesse consciência do que tudo aquilo representava. Não posso esquecer as frotas de submarinos nucleares que muitos países tinham e ainda hoje têm, andando sabe-se lá por onde, passeando-se pelos mares em observações que ninguém conhece prontos a bombardear quem ousasse questionar. Voltando ao ano de 1989, imaginem o que era viver debaixo do terror só de imaginar que podia acontecer como este muitas vezes próximo de acontecer no tempo do presidente Norte-americano John Kennedy, com a crise dos mísseis onde o mundo esteve a um pequeno passo do abismo, imaginar o que era criar os filhos sem saber qual seria o dia de amanhã, sabendo que o Portugal por exemplo não tinha nem tem um único abrigo nuclear pelo menos que se saiba um hospital preparado para responder a uma situação de crise nuclear, não é bom sequer pensar o que significava viver na altura, como se cada dia fosse o ultimo.
Várias figuras se destacaram para que isso mudasse dando como por exemplo o saudoso Papa João Paulo II e os seus esforços ao serviço da paz e dos povos fossem eles qual fossem, jamais se pode ignorar os seus esforços para mostrar ao mundo como era viver sob um regime totalitário, ele como Polaco conheceu bem essa realidade e não se furtou a essa missão para ajudar a compreender o que se passava do outro lado, apoiando o seu amigo Lecha Walesa e fundador e dirigente sindicalista do Solidarność que apoiando a sua luta em 1980 acabaram por dar o primeiro passo para vencerem resistências com a sua luta grevista desafiando não só o Governo Polaco como o todo-poderoso Kremlin que parecia não hesitar em querer invadir uma vez mais a Polónia ou quem lhe fizesse frente para restabelecer a ordem natural das coisas como era habito em todos os Países da dita cortina de ferro. Peça importante em todas estas movimentações foi sem dúvida Mikhail Gorbachev com a sua perstroika que operou uma autêntica revolução nas mentalidades do seu país e o abriu ao mundo e à liberdade. Não se pode esquecer também o papel importantíssimo protagonizado pelo Presidente Ronald Reagan, um ex-actor que com o seu ar descontraído partiu acompanhado pela sua mulher para Moscovo entreabrindo uma pequena janela por onde entrou um pequeno raio de luz, suficiente para começar a derreter o gelo de décadas e se transformou o inimigo em amigo e por isso o mundo muito deve, foi pois o primeiro a mostrar ao mundo inteiro que afinal os russos não eram o que todos pensávamos, e que não comiam afinal crianças ao pequeno-almoço.
Lembro a cimeira de Reykjavik em 1986 na Islândia onde se discutiu o controlo de armas nucleares e se deu os primeiros passos para acabar com a guerra fria que não era mais que a Guerra do Terror no seu expoente máximo.
Hoje podemos ver o mundo um pouco melhor do que o que foi e ver a Alemanha unida, pensar no que isso significou de desumano a ferida aberta que só o tempo curará. É verdade que hoje nos debatemos com novas ameaças e novos perigos. “E se os radicais Islâmicos possuírem a bomba atómica como diz o José Rodrigues dos Santos no seu último romance, dá que pensar. A ser verdade, poderão compreender o que é ter que conviver todos os dias com o perigo iminente, e compreenderem o que significou pelo menos para mim a queda do Muro de Berlim…
Deixo-os a todos os meus amigos e amigas com um vídeo desse dia memorável um entre muitos que existem no Youtube é só dar uma espreitadela.
Fiquem bem e recebam um grande abraços para todos.
António Gallobar
Parabéns António pelo excelente texto
ResponderEliminarAbraço
Um texto maravilhoso e uma data pra ser lembrada...abraço,chica
ResponderEliminarAgradeço-lhe para visitar o blog. Es lo único que recuerdo para decir... lo siento. Me siento complacido de poder traspasar fronteras y llegar a diversos hogares. Un abrazo, y nos seguimos leyendo.
ResponderEliminarMuito obrigado
Para quem não viveu esta época talvez seja difícil imaginar a importância destes muros...
ResponderEliminarUm abraço e um lindo final de semana
Olá meu querido amigo antônio.
ResponderEliminarEstou de acordo com a Sonia, quem não viveu esse momento, talvez não saiba a importância desse ato.
Beijinhos doces, e uma semana abençoada para vc.
Fique na paz.
Aguardo sua visita ao meu cantinho.
Regina coeli.
Passagens muito negras da história da humanidade, causadoras de muita dor.
ResponderEliminarConvém relembrá-las, para que tais factos não voltem a repetir-se.
É necessário que o Homem aprenda com os erros cometidos.
Óptimo texto!
Beijinhos
Mariazita
O problema destas coisas é que quando passam alguns anos as pessoas esquecem os males ocorridos e têm das coisas uma memória selectiva. Hoje em dia começa a haver muitos saudosos do comunismo, tal como há anos que existem muitos saudosos do fascismo. Esquecem que apesar dos problemas e dificuldades que existem nas sociedades democráticas estas não são prisões fechadas como eram as sociedades comunistas e fascistas.
ResponderEliminarPode ser que as comemorações permitam recordar os muros dessas prisões.
Sempre penso na queda do muro como um marco na sociedade.. gostei do texto e do blog, voltarei mais vezes!
ResponderEliminarobrigado pela visita em meu blog! e pelo seu comentário!
ResponderEliminarmeu medo maior gora, como tive oportunidade de adquirir em outros pensamentos, são os novos muros que temos por ai. muros que nos separaram da cultura, da diversidade. muros que nos privam de compartilhar nossas experiências e deixam cada vez mais longe as crianças dos livros, discos e quadros!
Meu caro António
ResponderEliminarQue bom que gostou do selinho!
Tanto basta para eu ficar contente.
Uma boa semana para si,
Beijinhos
Mariazita
Agradeço as palavras de carinho ao meu ilustre visitante! Seja sempre bem vindo!
ResponderEliminarParabéns pelo excelente texto!
Abraços,
Rosana
Ainda bem que já fazem vinte anos, esse muro nunca deveria ter existido, vamos torcer agora para terminar de vez os conflitos na faixa de Gaza.
ResponderEliminarAbs
parabens pelo texto interessante... é preciso sempre derrubar muros, todos! e obrigado pela visita ao meu blog- só erraste o nome: não sou benny sou danilo- será que fizestes o comentário no blog errado? mesmo assim, valeu conhecer teus escritos... ótimos!
ResponderEliminarOlá, muito obrigado pela visita ao Desmanche de Celebridades. Nossos blogs tem uma afinidade muito grande, tanto que ambos escolheram o muro de berlim como tema para discussão. Ambos são blogs que procuram discutir ideias e fatos relevantes para o ser humano.
ResponderEliminarSeguiremos seu blog também.
Abraços.